terça-feira, 16 de junho de 2009

Currículo em debate - Caderno 2


O QUE HÁ DE ERRADO COM A PRÁTICA PEDAGÓGICA?

NILTON CEZAR FERREIRA
Professor assistente II/UCG. Professor substituto CEFET. Mestre em Matemática

As reflexões realizadas pelas escolas-pesquisa a respeito dos pontos fortes e
desafios das unidades escolares apontam como um dos pontos críticos a prática pedagógica das escolas que muitas vezes não corresponde às expectativas dos alunos, dos pais e até dos próprios professores.

Quando falamos em prática pedagógica estamos nos referindo a ela de forma muito
mais ampla do que simplesmente à forma com que o professor expõe seu conteúdo.
Devemos levar em conta que a qualidade do ensino depende também de uma boa gestão, de uma boa relação dos professores e demais funcionários da escola com os alunos, da estrutura física, dos equipamentos escolares, do material didático utilizado pelos professores e pelos alunos, da participação efetiva dos pais no processo de aprendizagem etc.

Mas afinal o que não anda bem na educação? Durante muito tempo procuramos um culpado, atribuindo a responsabilidade ora aos professores, ora aos pais, ora aos próprios alunos. O excesso de carga horária, a falta de compromisso com a escola e com os alunos e até mesmo o despreparo de alguns professores também são apontados como a base da desestruturação no sistema educacional.

Os professores se defendem ressaltando a falta de condições de trabalho, os baixos salários, o desinteresse dos alunos e a falta de uma participação mais efetiva
dos pais. Os pais e alunos, por sua vez, responsabilizam os professores e o governo
e isso gera um “loop” infinito, sem objetividade e, conseqüentemente, sem benefício à melhoria da educação.

O que devemos fazer então? Um médico primeiro busca diagnosticar a causa da doença, pois só assim ele poderá receitar o remédio adequado. Da mesma forma, toda política pública e todo profissional compromissado com a qualidade do seu trabalho devem também ter como foco o panorama do seu campo de atuação, com a identificação dos problemas e possibilidades existentes, para poder planejar e realizar as intervenções necessárias, promover os avanços que se deseja.

Fazer tentativas aleatórias de ensino até que se consiga resolver os problemas da
educação também não me parece a solução mais adequada, por isso, tomo como minhas as palavras dos professores do Colégio Estadual Dr. José Feliciano Ferreira, de Itumbiara-GO, quando relacionam como uma das possíveis causas da reprovação e
evasão dos alunos desta escola a “falta de avaliação institucional da unidade escolar,em que é possível diagnosticar os fatores críticos e estabelecer metas de eficácia” (Colégio Estadual Dr. José Feliciano Ferreira, Itumbiara-GO).

Assim, todas as escolas devem se preocupar em realizar uma constante avaliação
da prática pedagógica desenvolvida por seus profissionais, bem como todas as
instâncias do sistema educacional devem fazê-lo. O fluxo dessas avaliações, no sentido horizontal e vertical do sistema, informará as necessárias providências a serem tomadas em busca de um ensino de qualidade para todos. É com o intuito de refletir e repensar ações para a melhoria do ensino oferecido nas escolas que as equipes técnico-pedagógicas da Superintendência de Ensino Fundamental e Subsecretarias Regionais de Educação, num trabalho conjunto e em diálogo constante com as equipes escolares, vêm desenvolvendo o processo de Reorientação Curricular.
Portanto, professores, alunos, pais e todas as pessoas envolvidas no processo
educativo são indispensáveis nesse trabalho, que tem como objetivo a melhoria da
educação no nosso Estado.

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